terça-feira, 13 de setembro de 2016

Chegada à...

...Zelândia.

Assim se chama a ilha da Dinamarca onde aterrámos para umas belíssimas férias.
 
Mas, afinal, qual é a origem daquele nome? Pois bem, é uma ilha datada de 1300 e, junto com a Holanda, eram as duas maiores províncias marítimas dos Países Baixos. Foi  de lá que partiram os colonizadores da Oceania, por volta de 1640. Quando os exploradores aportaram no novo continente, denominaram as duas maiores ilhas como Nieuw Holland e Nieuw Zeeland (em holandês), em homenagem à terra natal. O nome de Nova Zelândia perdura até hoje, mas, em 1824, a Nova Holanda foi renomeada como Austrália.
 
 
Atualmente a (Velha) Zelândia (Sjælland , em dinamarquês, nome que provém das grandes populações de focas  - sæel - residentes nas costas da ilha) é a maior e mais povoada ilha da Dinamarca, com mais de 45% da população total do país.
 
O ícone da Dinamarca é a Pequena Sereia (Den lille havfrue), escultura da autoria de Edvard Eriksen - 1913 - e que representa uma personagem de um dos contos infantis do escritor Hans Christian Andersen (1805-1875).



O conto de Hans Christian Andersen gira em torno de uma sereia que vive num reino subaquático com o pai, o Rei dos Mares, a avó e as suas cinco irmãs mais velhas, cada uma com um ano de diferença. Quando uma sereia atingia os quinze anos, era-lhe permitido nadar até à superfície. À medida que as irmãs iam crescendo, uma delas visitava a superfície do mar, cada ano e quando regressava e contava  as suas aventuras, a curiosidade da Pequena Sereia sobre o mundo e sobre os humanos crescia.
Chegou a  vez da Pequena Sereia. Ela avistou um príncipe, num barco, enquanto se aventurava na superfície e apaixonou-se. Uma tempestade surgiu e a Pequena Sereia salvou o príncipe de se afogar. Levou-o, ainda inconsciente, até à costa perto de um templo e esperou até que uma jovem do templo o encontrou. O príncipe nunca chegou a ver a Pequena Sereia.
A Pequena Sereia perguntou à  avó qual era a diferença entre os humanos e o resto dos seres do seu reino. Então, a avó explicou-lhe que os humanos tinham uma vida muito mais curta, mas quando uma sereia morria, ela transformava-se em espuma do mar e acabava por desaparecer; enquanto os humanos tinham uma alma eterna que, mesmo depois de mortos, continuavam a viver ,no céu. A Pequena Sereia, desejosa de uma alma eterna e pelo amor ao príncipe, foi ter com a Bruxa do Mar, que lhe ofereceu uma poção, em troca da sua voz. A Bruxa do Mar avisou-a que, uma vez que ela se tornava humana, nunca mais poderia voltar ao oceano e que ao beber a poção ela se iria sentir como se tivesse mil espadas a trespassar-lhe o corpo, mas, quando recuperasse, iria ter um par de pernas capazes de dançar como nenhum outro humano. No entanto, ela ir-se-ia sentir constantemente como se estivesse a andar em facas afiadas, e os seus pés iriam sangrar terrivelmente. Além disso, ela iria apenas conseguir uma alma se encontrasse o beijo do verdadeiro amor e se o príncipe também a amasse e casasse com ela. Se tal não acontecesse, na primeira madrugada do casamento do príncipe com outra mulher, a Pequena Sereia morreria,  com o coração despedaçado e desintegrava-se em espuma.
A Pequena Sereia bebeu a poção e encontrou-se com o príncipe, que se sentiu atraído pela sua beleza e graça, mesmo sendo ela muda. Sabendo que o príncipe adorava vê-la dançar, ela assim o fez, apesar da sua dor agonizante. Quando o pai do príncipe o ordenou a casar com a filha do Rei vizinho, ele disse à Pequena Sereia que não o iria fazer, pois ele estava apaixonado pela jovem do templo, acreditando ele que tinha sido ela a salvá-lo. Mais tarde verificou-se que a princesa era a jovem do templo, que foi mandada para lá a fim de ser educada. Assim,  o casamento entre os dois foi anunciado.
Eles casaram-se, deixando a Pequena Sereia de coração partido. Ela ficou desesperada, desistindo de tudo e acreditando que apenas a morte a esperava. Contudo, antes da madrugada, as irmãs dela apareceram com uma faca de prata que a Bruxa do Mar lhes tinha dado em troca dos seus longos cabelo e que, se a Pequena Sereia esfaqueasse o príncipe com a faca e deixasse sangue dele cair sob os seus pés, ela iria voltar a ser uma sereia e o seu sofrimento terminaria.
A Pequena Sereia não teve coragem para matar o príncipe enquanto ele dormia deitado ao lado da esposa e, ao chegar a madrugada, ela atirou-se ao mar. O seu corpo transformou-se em espuma mas, em vez de desaparecer, ela sentiu o calor do sol; ela tinha-se tornado um espírito, uma filha do ar e os outros espíritos contaram-lhe que ela se tinha modificado  devido ao seu esforço e dedicação ao tentar ter uma alma eterna.
 

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